
Mas que diabos, Cláudia! Você foi aplaudida pelo Municipal inteiro e se põe a pensar no malfeitor da sua desgraça! Ouço a voz do meu agente na cabeça como se ele estivesse aqui. João Miguel é meu amigo. Mais do que isso, irmão. Sei que ele me deseja, mas não posso, nem quero, dar-lhe chances de pensar que pode reter meu corpo febril e me entregar a ele como me entreguei a Jorge. Não sou mais dada a sentimentalidades incongruentes, sou coerente ao que penso. Minha vida é uma terrível farsa, escrita pelo pior autor. Esta sou eu, a mulher que sorri no camarim, mas que se embriaga e chora na solidão disforme da sua imensa e derradeira solidão intimista. O mundo é feito de quimeras, os sonhos de ilusões. Acordar é estar no pesadelo. Planos oníricos invadem a realidade quando o efeito do vinho se vai. Se isto é amor, o que sinto me devastar, juro, não quero amar nem a outrem nem a mim mesma. Quero somente a paz da nostalgia no sorriso inocente da criança que um dia fui e se perdeu numa noite fria, e nada mais.
Outro dia sonhei com esta história e no sonho eu podia decidir o final.
ResponderExcluirAdorei o teu blog!!!!
ResponderExcluirE teu jeito de escrever!!!!
Passarei sempre por aqui!!!
Bj!