
Eu esperava você me encontrar todos os dias no fim da tardinha. Você chegava sorrindo, como quem nada quer, como quem nada tem a perder. Você me arrastava para um bar na Lapa, para um restaurante em Copacabana, para um café no Centro, e eu ia sempre feliz acompanhando seus passos. Tornamo-nos amigos inseparáveis. Era bom ter você por perto, era bom ouvir você dizer que eu tinha talento para a música, que as minhas notas eram carregadas de sentimento. Eu me sentia nas nuvens. Você lia poemas para mim, versos que eu aprendi a amar saindo da sua boca e me enlouquecendo quando invadiam o meu ouvido. Eram os versos ou era a sua voz? Eu tremia. Senti o amor preencher o meu vazio sem deixar que você soubesse que eu delirava por você todas as noites, mergulhando em sonhos tão prazerosos que era o próprio pesadelo acordar. Você lia para mim os versos que mais tarde diria a ela, quando estivessem sozinhos em algum jantar íntimo à luz de velas. Você diria a ela mais tarde as palavras que eu julgava serem minhas, e você deixaria o seu hálito aquecer a orelha dela enquanto eu pensava em você na solidão da minha cama. Você sempre a amou, não é? Só eu não quis ver o quanto seus olhos brilhavam quando falava dela, e eu fingia que prestava atenção. Eu queria você para mim, não podia aceitar que o homem que eu amava só queria de mim uma conversa informal depois do trabalho. Homens não procuram mulheres para conversar, para serem amigos.
Jorge, homens não são amigos de mulheres...
"Ela" continua em plena subserviência? Poxa...
ResponderExcluirCada vez mais curiosa para saber como essas pessoas se encontraram e se desencontraram.
ResponderExcluirAgora que eu não tenho atualizaçoes diárias do twitter e facebook meus comentário ficarão um pouquinho atrasados. rs. Mas passarei sempre por aqui para ver se hpa um novo trechinho.
Abraços e obrigada por hoje.