
Olho atentamente para a imagem no espelho. Estou tão abatida, tão pálida, sem vida. Não me admira que Jorge esteja perdendo o interesse em mim, estou horrível demais, envelheci anos em meses; perdi a essência da felicidade, ganhei uma expressão amargurada e triste. Há ainda como mudar isso? Poderei recuperar o que me foi tomado? Há esperança para reconquistar o que eu tinha?
A esperança é o consolo dos tolos. Eu sou a maior das tolas. E não percebo isso por bem, mas por estar no limite da minha sanidade física e mental. Não aguento mais o gosto das minhas lágrimas na boca nem a dor que me devasta o peito como se fosse uma ferida mortal. A luz se apagou quando ele me deixou de lado e fez questão que eu sentisse a sua distância. E eu tentei de tudo para agarrá-lo, para não deixá-lo partir, mas meus esforços não valeram de nada. Eu mesma sinto que não me valeu de nada o sofrimento que me impus de forma tão imatura.
Que surpresa ver Jorge dormir na poltrona. Pensei que ele chegaria com o sol, mas me enganei. Ele dorme. Eu me aproximo devagar, pé após pé, como se fosse uma ladra pronta para levar o ouro.
Durma, meu querido, durma. É tão bonito quando dorme, sem as preocupações que o desnorteiam todas as noites. Mas o que você faz aí tendo uma cama tão confortável e quente? Por que dorme no desconforto se podia estar nos meus braços? É de mim que foge? É meu amor que sufoca você? Não entendo por que tem de ser assim, quando só o que eu queria era ter você para mim. Por quê? Por que você entrou na minha vida e me tomou toda a segurança que eu tinha? Aceitas uma taça de vinho com este homem encantado com teu talento ao piano; você me perguntou com o sorriso que eu amo. Como não aceitar beber do seu vinho e me embriagar em sua boca, Jorge? Eu quis tomá-lo em meus braços desde que meu olhar encontrou o seu. Eu quis ser sua no momento em que o vi se encantar com minha música. E quis chorar quando você se foi do mesmo jeito que surgiu, sem que eu nada pudesse fazer para afastá-lo de mim ou agarrá-lo ao meu peito arfante. Paixão à primeira vista! Eu não acreditava nisso até você me mostrar que eu estava errada, que sempre fui errada e meu acerto era você.
Alberto, seu livro-blog tem sido a única leitura desde que comecei com a rotina louca de trabalho. Espero sempre ansiosa por mais um post, que me tire da minha realidade por alguns instantes e faça entrar na vida de suas personagens.
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Comentário no dia do niver.
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