
Hoje a vida me feriu e as lembranças me dizimaram. Eu hoje vi a imagem de Cláudia num cartaz e minha vida saiu de vez do rumo, seguindo pelo caos. Ainda não estou bêbado, mas o copo mais uma vez está vazio. Eu jurei que não beberia tanto, mas ao passar pelo teatro, a única coisa que quis foi desaparecer no tempo, sumir como poeira numa tempestade de ilusões. Ela estava linda, seus olhos claros fincados em mim, olhavam para mim, queriam a mim. Eu sei, amigo, era só um maldito cartaz, só uma foto promocional de um peça dramática, mas ninguém pode entender o quanto me sensibilizou olhar diretamente para ela, olhar para ela sem que ela pudesse fugir de mim, sem que me atirasse as roupas pela janela, sem que batesse a porta, sem que me condenasse à morte estando vivo.
Mais um trago, companheiro. Encha o copo e esvazie a minha vida. A última dose de esquecimento. É verdade, minha cabeça já não distingue a realidade. Não, eu não deveria mais beber, mas tenho urgência pelo gosto amargo do meu amigo engarrafado. O carro fica, pego um táxi na esquina. O trajeto é curto, mas a viagem longa. Não, não se preocupe. Apenas encha o copo da minha desgraça e vou embora. Amanhã é outro dia. Amanhã ela se apresenta no teatro, mas encena todos os dias em minha vida. Eu sempre soube que ela seria uma grande atriz, sempre soube que ela teria reconhecimento para subir ao palco do Municipal e ser a estrela do espetáculo. Sempre soube que ela voaria alto. E voou, amigo, sem mim.
Você me pergunta quem é ela. Procuro palavras para defini-la, mas não as encontro. Como se pode definir Deus? Como posso definir Cláudia?
Não tenho o controle absoluto da minha consciência. Se é que ainda não a perdi. É melhor pagar a conta e seguir adiante, seguir meu caminho de ilusões em busca de um alívio inexistente. È melhor ir para casa e deixar que o mundo adormeça tranquilo en-quanto eu suo com meus pesadelos mais terríveis.
Deixo o bar como quem deixa a paz para enfrentar a guerra. Vou ao mar das minhas tormentas, navegando rumo às pedras, buscando a morte como se procurasse abrigo para minha alma devastada pelo arrependimento.
Mais um trago, companheiro. Encha o copo e esvazie a minha vida. A última dose de esquecimento. É verdade, minha cabeça já não distingue a realidade. Não, eu não deveria mais beber, mas tenho urgência pelo gosto amargo do meu amigo engarrafado. O carro fica, pego um táxi na esquina. O trajeto é curto, mas a viagem longa. Não, não se preocupe. Apenas encha o copo da minha desgraça e vou embora. Amanhã é outro dia. Amanhã ela se apresenta no teatro, mas encena todos os dias em minha vida. Eu sempre soube que ela seria uma grande atriz, sempre soube que ela teria reconhecimento para subir ao palco do Municipal e ser a estrela do espetáculo. Sempre soube que ela voaria alto. E voou, amigo, sem mim.
Você me pergunta quem é ela. Procuro palavras para defini-la, mas não as encontro. Como se pode definir Deus? Como posso definir Cláudia?
Não tenho o controle absoluto da minha consciência. Se é que ainda não a perdi. É melhor pagar a conta e seguir adiante, seguir meu caminho de ilusões em busca de um alívio inexistente. È melhor ir para casa e deixar que o mundo adormeça tranquilo en-quanto eu suo com meus pesadelos mais terríveis.
Deixo o bar como quem deixa a paz para enfrentar a guerra. Vou ao mar das minhas tormentas, navegando rumo às pedras, buscando a morte como se procurasse abrigo para minha alma devastada pelo arrependimento.
Parabéns!!! Seus trabalhos são obras-primas. Não duvido que ganhe um prêmio antes dos 40.
ResponderExcluirContinue, e eu continuarei lendo todos os dias.
Abraços
A poesia tem dado um belo charme ao texto...
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